DICOTOMIA

Meus sonhos, são asas que ruflam para o sol

Tudo que vejo me transforma

Tudo que toco é parte de mim

Sou feito por todas as partículas que compõem a matéria

Desde o aço bruto às fantasias carregadas pelas asas leves

Metamorfose é meu jogo

As paredes do desconhecido me instigam

Me oculto no manto da noite

Escrevo nas bordas do silencio os meus planos de vôos inseguros

Justo eu que tenho um pacto com as estrelas de clarear o lado obscuro das coisas

As lembranças do amor me devoram

Evoco na imensidão da memória para achar o último sorriso que me destes

Mas é inútil

Amaldiçoo os que pintaram o céu de cinza

E o vento gelado que circula dentro de mim

Uso minha voz para despertar os anjos

Que dormem sob o manto da lua

Como clarins das madrugadas

Mas quem haveria de me escutar nesta noite?

Estou sem saída, mesmo assim me ergo

Pois caminha em mim o desejo irrefreável da mudança

Minhas pupilas estão dilatadas,

Meus braços estão exaustos

Não escuto as batidas do meu próprio coração,

nem sei se vivo

Oh poetas

Oh desbravadores do futuro

Oh vanguardistas do pensamento,

Oh novas idéias que iluminam,

Recomendem o caminho,

Aplainem os atalhos, pois eis que lhes sigo

com os meus comboios de dúvidas

E a minha alma febril.

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 24/09/2011
Reeditado em 19/02/2024
Código do texto: T3238396
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