Um grito escapa do palato – o céu finito
e se esvai no universo – céu infinito...
atordoando as estrelas de cinema,
e até vibrando nas estrelas do firmamento...
Faz eco no labirinto dos pensamentos
das pessoas que agonizam em tormento
e das que vivem deslumbradas de contentamento...
Ressoa, ora ritmado em acordes maviosos,
ora descompassado, alto e baixo,
quais caminhos ondulosos...
É sonoridade perpetuando-se na atmosfera
de qualquer astro gravitando na ionosfera
e nas camadas da Terra desde outras eras...
É um grito de força descomunal
que supera as forças do sideral,
mas se comede, se atenua ante as almas
atribuladas, devolvendo-lhes a calma...
Esse grito é assim, não se consegue definir.
São ondas intensas do som da aflição,
dos que fogem, bramindo em altas vozes
se negando a um temível triste porvir:
de não mais gritarem ante uma nova solidão...
Imagem; Google – integrityloveunity.wordpress.com