Fendas
Pelas fendas das pedras correm águas;
pelas fendas das rochas passam rios;
pelas fendas das dores sofrem almas;
pelas fendas dos amores veem-se os brios...
Existem vidas com tristezas e alegrias;
nalgumas, fendas que são cruéis feridas...
São almas em constante melancolia,
vivendo sós, cismando, esquecidas...
Mas há fendas que permitem a luz do dia
em fortes feixes – incandescentes fachos -,
nutrir as vidas, ensejando as calmarias.
E é por essas fendas que te vejo, que me acho...
Imagem: Google – atarde.com.br