Vênus
Vênus
Surjo como surgem as coisas mágicas
envoltas numa névoa da manhã
Escondo-me de ti
e brinco de esconde- esconde
até o cair da tarde...
sou a deusa do brilho
e risco de encanto o céu
um susto para o sol
indeciso me olha
amanheceu ou não...
rindo em meu castelo de ácidos
me tinjo de branco
falo línguas indígenas
falo as vozes dos bruxos
sou a prova viva da imensidão
que brinca de pipa estelar
com a navegação
sou a D'alva, tão alva
que as vezes sumo
suco de limão ao sol
existo
não existo...
planeta
estrela
menina dançarina
sou ouvinte dos insones
e dou conselhos de luz
vago entre a luz e o breu
enfim...
siga-me até o paraíso
e me abrace, afinal.
Márcia Poesia de Sá