Ùltima Infãncia

Ùltima Infância – Agosto/ 2011

Como era doce o início de férias

Risadas e bagunças

Das crianças em festas

Matinais

Almofadas e fotos

Pena de galinha

Ah! Como era doce o fim da tarde

Mãos sujas de terras

Cotovelos arranhados

Em esplendidos quintais

Deus,

Era cedo para o deleite?

Doce de leite

Leite com rapa de angú

Naquele tempo havia cor, manga com mamão

Doce de goiaba no pão

Saindo do forno agora

Huummmm!!!

Mesa de madeira

Alguém está chorando

Ainda estou no colo

Tocando o maravilhoso melado da bochecha

Que eu mesmo provo

Doce,

Doce Deusa da Fartura

Farta-me com tua fruta,

Enche-me a pança

Infância

Perdôo –te de toda a culpa

Apenas peça para a Dona Abundância

Que mora do outro lado da rua

Que quero ser

Teu novo amigo

É “Boleta” pra quem não sabe dizer

Borboleta

Balata e insetos feios

Hoje à noite tem pique e queimada

Vamos todos roubar bandeiras

Cair no poço, contar piadas

Paquerar a garota mais bonita da rua

Roubar um beijo

Roubar as frutas

Pedalar

Em fazendas ancestrais

Invadir quintais

Subir em árvores

Brincar de ser herói

Correr até não poder mais

Depois de tocar todas as campanhias

Ah! Criança

Ainda tens a vida

A te esperar

Por isso, lembra-te

Inocência

Lembra-te daquelas tardes primordiais

Guarda a mais bela de todas as suas memórias

Porque já passou da hora

De ir dormir

E não se esqueça de rezar

Rezar e dormir com anjos

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Felipe Vieira KPS
Enviado por Felipe Vieira KPS em 05/09/2011
Reeditado em 12/12/2012
Código do texto: T3201711
Classificação de conteúdo: seguro
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