Ùltima Infãncia
Ùltima Infância – Agosto/ 2011
Como era doce o início de férias
Risadas e bagunças
Das crianças em festas
Matinais
Almofadas e fotos
Pena de galinha
Ah! Como era doce o fim da tarde
Mãos sujas de terras
Cotovelos arranhados
Em esplendidos quintais
Deus,
Era cedo para o deleite?
Doce de leite
Leite com rapa de angú
Naquele tempo havia cor, manga com mamão
Doce de goiaba no pão
Saindo do forno agora
Huummmm!!!
Mesa de madeira
Alguém está chorando
Ainda estou no colo
Tocando o maravilhoso melado da bochecha
Que eu mesmo provo
Doce,
Doce Deusa da Fartura
Farta-me com tua fruta,
Enche-me a pança
Infância
Perdôo –te de toda a culpa
Apenas peça para a Dona Abundância
Que mora do outro lado da rua
Que quero ser
Teu novo amigo
É “Boleta” pra quem não sabe dizer
Borboleta
Balata e insetos feios
Hoje à noite tem pique e queimada
Vamos todos roubar bandeiras
Cair no poço, contar piadas
Paquerar a garota mais bonita da rua
Roubar um beijo
Roubar as frutas
Pedalar
Em fazendas ancestrais
Invadir quintais
Subir em árvores
Brincar de ser herói
Correr até não poder mais
Depois de tocar todas as campanhias
Ah! Criança
Ainda tens a vida
A te esperar
Por isso, lembra-te
Inocência
Lembra-te daquelas tardes primordiais
Guarda a mais bela de todas as suas memórias
Porque já passou da hora
De ir dormir
E não se esqueça de rezar
Rezar e dormir com anjos
-------------------