Manifesto  Antropomórbido
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Temporal anunciado
ribombar dos trovões
feras de dentes afiados
e garras pontiagudas
avançam o sinal
da tua indefensável alma
de cinco tostões.

Uma salva de palmas!

Os carros buzinam feito bichos
acuados e com fome
têm pressa os homens
de chegar a lugar nenhum

Se não podemos ser dois
seremos então dois em um !


A folha seca dos meus sonhos
anda à deriva, alquebrada
nas portas fechadas o letreiro:
não há vida, não há saída
Quem comprou a sorte até ontem
se safou
[ou postergou a hora
do acerto de contas]

Estar incluído...  sonhos de consumo!

Azar o teu
se não aprendeste a nadar!


Nada de juízo final
quem dará a última palavra
serão os vermes a nos devorar
eleva-se a hóstia no altar
O corpo e o sangue
no asfalto, exangues
apocalipse na porta do hospital...

O próximo!

Quem vai pagar?


Não tem pra ninguém
de bolso furado, sem vintém
estão todos ferrados
do primeiro ao quinto

Vamos beber este absinto
e virar almas leves e soltas
sair desses corpos contidos
e pousar nos terraços dos prédios
almas em corpos ébrios
dentes cerrados
carnes delirantes
não ser
nem dia nem noite
não ter fome
ou sede
ou compaixão

Demônios com cara de anjos
Alçar o voo de rapina
sobrevivência na selva
é jogo sem dó nem piedade
alvas penugens de pombas
negros pensamentos em
viscosas ondas...

Salvas de palmas
aos novos tempos!

Indescritível  Advento

Aleluia irmãos!




tania orsi vargas
Enviado por tania orsi vargas em 15/08/2011
Reeditado em 15/08/2011
Código do texto: T3162453
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