Desejo em dois tempos
A inspiração, extravasando o poema,
escorre pelo corpo... A pele queima.
Os arrepios, eriçam todos os pelos,
sentindo das palavras, seus apelos...
Uma demorada sensação, deliciosa,
chega, de uma forma, a mais gostosa,
invadindo, chegando nas entranhas;
com o amor, realiza suas barganhas...
Não me importa qual seja essa espera;
mesmo ao longe, olhar cerrado, te vejo.
Em cada minuto, aumenta o desejo...
Pelo corpo inteiro, a chama queima,
insistente, invade, arde, ainda teima,
em se fazer presente, nesta quimera...
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Ecos do desejo
Se, pela boca, o desejo escorre,
os sentidos já clamam em mim.
Sobra toda força de um porre,
quando, como fera, fala assim...
Nesse fogo, venha. Se esfrega,
faça a realidade desta fantasia,
sem receios, numa doce entrega.
Essa espera, aumenta a agonia...
Em meus braços, faça o que quiser.
Desses anseios, não serei refém,
deste,ou, de outro jeito qualquer...
Para ter o corpo, que tanto almejo,
escorrerá muito mais que o desejo,
fazendo aquilo que nos convém...
Oswaldo Genofre
(Imagem Google)