Longe dessa paranóia

A flor do campo que permanece intacta

Ressurge em mim brotando em força singela

Com os leves toques de teus braços que me transportam

Para uma dança de fantasia, com passos de bailarina;

Revivendo em mim todas as clarezas passadas em menina

Com o mesmo toque que o vento nos trazia

Naquela manhã que cada raio de sol me enchia de sorrisos

Compreendendo os primeiros vestígios de calor

Sem pudor, sem dor, sem pavor;

Acariciando em mim a alma que já liberta voava

Arranca então o medo que já não mais sobrevive

Sem vinho tinto aromático vermelho sangue

Derrube-me e me faça calar em ti

Sozinha presa em teus pensamentos

Vivendo o que é de belo nas utopias

Que o cheiro da noite abafada molhada pela chuva

Transborde em sacanagens em ar empapuçado

Com a sensibilidade de animal forte e vago

De ser que se descobre inteiro

Pulsando as artérias até o êxtase

Carregue-me para longe dessa paranóia

E leve-me para o fim do resto do mundo

Para respirar as alucinações condensadas nas flores

Só para não ter que pisar no chão frio

E esquecer que já não o sinto.

Lady Sophia
Enviado por Lady Sophia em 09/12/2006
Código do texto: T313276