Longe dessa paranóia
A flor do campo que permanece intacta
Ressurge em mim brotando em força singela
Com os leves toques de teus braços que me transportam
Para uma dança de fantasia, com passos de bailarina;
Revivendo em mim todas as clarezas passadas em menina
Com o mesmo toque que o vento nos trazia
Naquela manhã que cada raio de sol me enchia de sorrisos
Compreendendo os primeiros vestígios de calor
Sem pudor, sem dor, sem pavor;
Acariciando em mim a alma que já liberta voava
Arranca então o medo que já não mais sobrevive
Sem vinho tinto aromático vermelho sangue
Derrube-me e me faça calar em ti
Sozinha presa em teus pensamentos
Vivendo o que é de belo nas utopias
Que o cheiro da noite abafada molhada pela chuva
Transborde em sacanagens em ar empapuçado
Com a sensibilidade de animal forte e vago
De ser que se descobre inteiro
Pulsando as artérias até o êxtase
Carregue-me para longe dessa paranóia
E leve-me para o fim do resto do mundo
Para respirar as alucinações condensadas nas flores
Só para não ter que pisar no chão frio
E esquecer que já não o sinto.