Chuva Negra
Sozinho no meu quarto,
Durante a madrugada gélida,
Ouço ruídos no meu telhado...
É a chuva negra anunciando meu fim.
Sinto um arrepio
E ouço vozes estranhas chamando meu nome.
Escondo-me debaixo das cobertas,
Achando que me livraria do pesadelo...
Fico mudo, não consigo respirar direito.
Tenho visões de coisas que nunca aconteceram.
Linha de frente contra algo inexistente...
Infelizmente, não é um sonho
E eu, só queria acordar...
A chuva negra cai
Queimando minha vida,
Apagando minha vitalidade.
Chorar não adianta mais,
Gritar, eu não consigo.
Claustrofóbico, trancado no meu quarto...
As chaves desaparecem,
Não tenho mais forças, nem idéias...
Pra que lugar eu vou quando morrer?
Mil atos de bondade
Não compensam cinco crueldades...
Talvez eu merecesse isso...
Talvez, assim eu queime meus pecados...
Escolha seu inferno, você não tem mais volta!
A chuva negra, minha lágrima pára...
Lembrem de mim pelo que dizia,
Não pelo que fazia.
E, por favor:
Ponham rosas na minha lápide!