FRATURA

O ventre da noite acolhe-me,

abraça toda quietude, inquietude,

o momento é premente, necessário.

A noite tece seu véu sutilmente,

entre a silhueta da rua.

Ditosa debruça-se ao solo,

como a absorver a vida,

sentimento, forma, adequação,

como a sorver fragmentos, ilusão, sonho,

como a beber idéias, corpo, alma.

A noite deita silenciosa,

sobre a cama do mundo,

sobre sua própria fratura,

sobre seu incólume ventre exposto.

A noite é mãe! Sublimando a ilusão urgente,

acariciando o embrião do mundo.

A noite é mãe!Afagando seu filho com

explícita e singela ternura.

Castro Antares
Enviado por Castro Antares em 26/07/2011
Código do texto: T3120637
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