FRATURA
O ventre da noite acolhe-me,
abraça toda quietude, inquietude,
o momento é premente, necessário.
A noite tece seu véu sutilmente,
entre a silhueta da rua.
Ditosa debruça-se ao solo,
como a absorver a vida,
sentimento, forma, adequação,
como a sorver fragmentos, ilusão, sonho,
como a beber idéias, corpo, alma.
A noite deita silenciosa,
sobre a cama do mundo,
sobre sua própria fratura,
sobre seu incólume ventre exposto.
A noite é mãe! Sublimando a ilusão urgente,
acariciando o embrião do mundo.
A noite é mãe!Afagando seu filho com
explícita e singela ternura.