Com crinas de luar o Cavalo se desprende do Ca-
sulo da Terra. Fala de Atingirmos, na Garupa de
um Outro Mundo ___ esse Tom Maior que é o
Sonho do Desejo. O Cavalo vadeia rios com a
presença firme como uma longa canoa ___ Vê e
quer tomar posse de caminhos mais floridos. É
relembrança do Sonho da Criação: o Primeiro Ca-
valo. À sua (futura ) Passagem o mundo parou e
ele ultrapassa o luar ___ fios delicadíssimos, co-
mo um holograma. A vida verdadeira está em
planícies mais Altas. Como pente azul de dentes
finos e como fios negros __Delicadeza da Luz !__
um em-tudo-se inclui, entre como de marés de
luar___todo verdadeiro ___ entre cabelos !...
CAVALO AO LUAR
Ao Fernando, à Adelina e a
Bispo do Rosário
Cavalo, Cavalo ao luar.
A natureza vai resssuscitar
suas crinas voláteis.
Frágil é a lua, glóbulo de cristal;
muito mais frágil, a Terra
aqui, sem Guerra, na branca presença
sedenta, ainda, inconformada
de mais luz.
Abolem-se todas as cores,
inclusive os azuis :
Cavalo. Cavalo ao luar...
Violinam as crinas divinas
A flor da forma da cor
Galopa...
A animação da Vida sai da toca...
Cavalo,
Cavalo ao Luar...
E o cavalo é uno como um arco que é
/ o violino
___ as Faixas da Natureza
fazem-se inteiras
( há nelas como que um sem passar!...)
Mas mesmo assim passa além...