FUSÃO
Não priva-me do teu amor
Nem do sabor indeciso do teu beijo
Nem do cálido corpo que ostentas.
Abdico desse instante obsoleto
Quero as flores de tua primavera
Quero o sabor do néctar.
Beber teu nobre desejo, teu gesto,
Quero até mesmo teu desprezo
Teu sarcástico castigo, teu medo.
Quero absorver teu corpo inteiro
Sorver tua incapacidade
Tua genialidade, teu desalinho.
Tua tênue fidelidade
Quero deitar-me em teu corpo
Na fusão de dois animais.
Entregar-te profundamente
Todo meu desejo, prazer, delírio,
Vício, visco, asco...