ll. SeM sEr, SeM EsTaR .ll
Eu me lembro
Do quanto deixei de ser
Para estar por ti...
Eu me lembro
Do quanto de mim
Tu deixaste de ter
Por estar em ti
(sono.lenta.mente tão teu...)
Finalmente eu vi:
Que nunca perdi teus olhos
Teus braços
Mas o laço é partido
E desabou nossos sonhos...
... e me perdi...
Eu me lembro
Do quanto planejei
Com os tijolos dos teus beijos
Com os desejos do teu corpo...
...e o frêmito
...o suspiro
a nua loucura crua
de nossas palavras...
E, por ora,
Me deixo assim...
Guiada pela tensa esquina
- 90° de demência
Ardendo nos olhos
Na veia dilatada
No tim-tim da taberna...
E me entrego
Ao arroubo cego
Que a tua ausência me causa...
E já não sou tanta
Nem muito de mim
Ou de ti: _Eu SoU_.
Pois, estou ali
- eternamente -
Sentada na esquina
Da minha rotina...
Laçada pelas pernas rápidas
Pelos olhos frios
Pela insipidez do café
Pela insensatez do amor...
E queria tanto mais
Do que jamais
Pude ser estando contigo,
Sempre tão sem mim...