II

Corpos de micro-poros calvos migram nas fuligens

Da paisagem carioca burocrata decadente

Vermes de calcário alimentam-se do bolor no pão da Última Ceia

Escorpiões sangrentos cavitam no Santo Vinho envinagrado insípido

Meninas intelectualizadas hasteiam

As pesadas bandeiras de sofridas Putas da Lapa

Travestis fazem a revolução silenciosa ao meio dia.

Evangélicos santos chupam o pau de seus irmãos em Cristo

E gozam coléricos o gozo impuro de densidade de chumbo.

A Santa igreja recolhe os seus enganos fúnebres em fibras de

Papel crepom

Ouve-se um brado de trovão entoado a Baco que

ecoa o som de gerações eliminadas.

A pura Virgem chora aos pés do seu filho violado

pelos Sacerdotes Pederastas de chifres luminosos

eletrificados

A alma agora liberta suspensa no abismo, contempla sem medo a morte

Dos Eleitos.

E Deus, no Volume do Grito, suicida-se com uma navalha espanhola

Com um cabo de batom violáceo Dior.

La Serna
Enviado por La Serna em 13/07/2011
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