Conversando com Deus
I
A priori sinto...
Seu amor soprado em minhas narinas,
Sua vida, sua historia
Em metáfora e metonímia...
Através da linguagem,
Através do simbolismo, é maculada,
Impressa em mim...
É construído, contudo um altar em minha casa (corpo).
Ao passo que te conheço, vivo minha vida.
Com necessidades, com desprazer-prazer
Protejo-me de objetos persecutórios;
Auxiliam-me e me mantém vivo.
Um “Outro” me informa, imprime em mim
Uma sabedoria por mim nunca antes ouvida.
II
Pelas suas narinas fora-lhe
Soprado dons...
As paginas da sua vida,
Agora podem ser rabiscadas.
As sementes por vós serão lançadas...
Sua vida parte deste principio...
O grande “Outro” lhe pertence,
A necessidade é o grande vazio!
A metáfora e a metonímia se aplicam aos sonhos
E os seus desejos não cessarão.
III
Pelas janelas do meu corpo
Milhares de coisas entram e se instalam,
Minhas necessidades se mantêm e
Nas paginas de minha historia
Construo com a ajuda de outros
Um passado, vivendo o presente,
Imaginando e desejando um futuro.
Suas marcas estão em mim,
Como se nós fossemos apresentados desde muito cedo.
Desde o princípio...
Uma forma de se comunicar fora impressa em mim...
Carrego comigo não só minhas linhas ou
Folhas rabiscadas de minha vida, mas
Um "arsenal de livros sagrados”.
IV
Somente uma coisa posso lhe afirmar...
Nada será fácil!
Sua historia, assim como você num todo
Por mais diferente que seja não é diferente de mim!
O sangue que corre em suas veias é, assim como a corsa,
Que ao cessarem, todas as coisas morrem.
Ouço-te e te compreendo, mesmo não estando tão próximo...
Seu vazio fermenta,
Procurando nos objetos externos sua satisfação.
(Risos)... Não será encontrado!
A força que se manifesta em todos
Não tem ainda explicação!
É desejo, agitação, fomentação, satisfação, insatisfação, vazio, é “pulsão”!