ARESTAS
Adormeço no cárcere da alma
Intrínseco sabor de nostalgia
Na cavidade do tempo
Acumulo meu prelúdio, meu delírio
A esperança é tolhida, prolixa
Minh’alma está cansada
É hora de romper as arestas
Sulcar o sumo obsoleto
O inefável sabor do dissabor
A sensação de nunca chegar
O insosso veneno, o ínfimo desejo
A imutável dor, decadente, delirante
O estigma da ferida
Quero sacramentar a razão
Sofismar a primazia da alma
Sobre esse velho corpo incólume.