noite negra

Ando pelas ruas que agora estão desertas

onde está aquele multidão que anda sem destino?

todos se foram como se fossem estrelas cadentes

caindo do céu que agora se encontra escuro.

não quero acreditar que todos se foram

e apenas eu fiquei aqui sozinha no silêncio

dessa noite sem luar

triste, amarga

aonde tá todo mundo meu grito triste

ouve somente ele mesmo

sociedade inútil

que se desfez do lixo de vida

composta de solidão

será que perceberam o quanto

sua existência era inadequada

bicho de duas patas

que nem sentimento tem

pois se os tivesse não magoariam ninguém

vivem a machucar a si mesmo

pobres víboras se comem

e no fim nunca se consomem

quero que tudo se exploda

aos poucos se tornem nada

aos poucos nade em um mar

criado pelas lágrimas de crianças abandonadas

e mendigos de tetos maus feitos

quero que a sociedade engula seus preceitos e conceitos errados

que muitos tem amargurados

e feridas abrido

quero que olhem para os próprios umbigos

e veja que tudo não passa de sonho

que tudo não pasa de sonho

que se torna pesadelo a cada dia

dia que se torna noite

a cada momento errado

e as vidas vão se perdendo

assim, não se vê a solidão

está na multidão que vaga sozinha

que vida complicada

que acabou no nada

e água não purificou

desgraçado do que nunca amou.