MEDOS
Ás vezes vejo fantasmas
no canto da sala
vultos,
espíritos malévolos
mas consigo encara-los
eles me olham com
escárnio
talvez se assustem mais do
que eu
vozes do além,
de quem ja morreu
ja escutei
corpos que foram
invadidos
por maus espíritos
mais não fico aflito
não entro pânico
acho que eles
tem muito
mais a temer
pois mesmos desencarnados
ainda estão a sofrer
Ás vezes sinto que a noite
quer me levar
com seu negro véu
quer me raptar
mais sonhando viajo
mais
e logo fico amigo dela
pois pra mim a noite é sempre
misteriosa e bela
até a lua que sempre vejo
romântica e calma
ás vezes penso
que quer comer
minha alma
me cobra por pessoas que ela
julga que não amei
e pensa que assim a traio
também
Quando menino tudo isso me
causava pânico
medo
pavor
o oculto
o escuro
hoje faz parte,talvez
a pior maldade
ta na vida
no dia a dia
até a morte
que tanto me fez chorar
hoje não me assusta
tanto
ás vezes por culpa dela
caio em prantos
o peito dói
mais não a olho mais
como de quando eu era
criança
funebre de foice na
mão
um dia ela terá que aparecer
o que fazer?
Quem sabe ela não venha
bonita,
sorridente
e fale pra mim assim:
-Deixe esse corpo mundano ai
poeta e veja o mais belo que um homem
pode ter ,
uma alma livre e pura.