ESTAÇÕES TURBULENTAS

E S T A Ç Õ E S T U R B U L E N T A S

O tempo urge

Não posso ficar aqui parado

Preciso percorrer caminhos desconhecidos

Ultrapassar obstáculos

Trilhar sendas

Beijar jardins de inverno

Onde está minha terra arada?

Cadê minha liberdade cerceada?

O que é feito da minha alma renegada?

Como fica minha luta? Travada?

No percurso do olhar alvoradas frias

Na mão aberta um grão de vento

No documento espólio do pai

Pensamento livre na primavera

Descanso em berço de arco íris

Abraços demorados

Lábios quentes

Diminutos bocejos

Abre-se a janela

É imprevisível o verão

Não posso com o carrasco

A guilhotina está afiada

Quedam-se os enforcados

No inferno são trevas

Um açoite

Trágica mediocridade

No outono turbulências

Noites selvagens

Intermináveis forças ocultas

Arranca os despojos do sarcófago

São repugnantes invólucros

Não quero morrer

(junho/2000)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 22/06/2011
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