Atemporal

Aqui sou água na jarra

Produto de um buril

A colheita, a própria lavra

De ação frágil, sutil.

Aqui não ostento a face

Que a natureza esculpiu

Sou produto do entrelace

Que concede este perfil.

Sirvo à arte, danço solta

Completamente assimétrica

Venho e vou, dou meia volta

Ou magistral ou patética.

Claro que não sou a réplica

Tenho o cunho original

Na boa forma da ascética

Que me torna atemporal.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 21/06/2011
Código do texto: T3048071