Atemporal
Aqui sou água na jarra
Produto de um buril
A colheita, a própria lavra
De ação frágil, sutil.
Aqui não ostento a face
Que a natureza esculpiu
Sou produto do entrelace
Que concede este perfil.
Sirvo à arte, danço solta
Completamente assimétrica
Venho e vou, dou meia volta
Ou magistral ou patética.
Claro que não sou a réplica
Tenho o cunho original
Na boa forma da ascética
Que me torna atemporal.