O Poeta Tímido
Entre doses de whisky, e goles de cerveja.
Nasci um outro eu. O escritor, o amante, o poeta.
Não sou bom com palavras sóbrias,
Sou poeta embriagado.
Amo arrumar palavras. Porque reconheço que
poucas são as pessoas que realmente entendem-me.
Palavras são sangue, mesmo as que gravadas sem propósito.
E ninguém mais do que o poeta sabe disso.
Não só palavras tem um significado.
Os números e datas também transmitem.
Há sempre um número depois do número;
Acredito que todo número esconde um segredo.
Neste momento pergunto-me:
Como buscar o outro lado da imagem dupla que sou?
Ouço o som de carros passando na avenida ao lado.
Queria poder estar em um lugar calmo e silencioso.
Parece que em mim tudo foi levado,
Talvez seja o sono eterno de sofrer nunca acabado.
Perco-me em caminhos tão errados,
embora, queria seguir a tua trilha.
Há leis que regem todo o universo,
principalmente, as de ação e reação.
Sinto-me um inútil vagabundo,
não sei mais o que sou ou que quero.
Será que preciso de coisas como estas?
Malditas noites de bebedeiras e festas.
Mente embriagada e atormentada.
Tímido e sem coragem de pedir desculpas a ela.
Olhando uma fotografia,
Sentindo desejo e um certo medo, agonia.
Despida de roupas e com os cabelos soltos,
E um toque de melancolia em seu olhar.
Hoje como ontem és a mesma,
Talvez que um pouco mais bela
Do jeito que nunca vi.
Mais bela talvez que a outra.
Mulher sonhada entre sonhos
De um pesadelo sem fim...
Paulo Henrique Oliveira