SENTENÇA DE MORTE
Marina Dias Zamora
Decepada
guilhotinada!
Separada a cabeça
do corpo
restam ambos
agora inúteis
Sem corpo a cabeça
emudece a boca
vidra os olhos
entope os ouvidos
de areia do solo frio
Sem cabeça, o corpo
é nau sem leme
velha carcassa de beira d'estrada
O que são braços
sem mãos
pernas decepadas?
Nossos pedaços
peças irreconhecíveis
e a alma que
se perdeu
no fragor do embate
Separada a cabeça do corpo
pela tua sentença de morte
Guilhotinada
Fria é a lâmina do teu verso
que me esquartejou!