SENTENÇA DE MORTE

Marina Dias Zamora

Decepada

guilhotinada!

Separada a cabeça

do corpo

restam ambos

agora inúteis

Sem corpo a cabeça

emudece a boca

vidra os olhos

entope os ouvidos

de areia do solo frio

Sem cabeça, o corpo

é nau sem leme

velha carcassa de beira d'estrada

O que são braços

sem mãos

pernas decepadas?

Nossos pedaços

peças irreconhecíveis

e a alma que

se perdeu

no fragor do embate

Separada a cabeça do corpo

pela tua sentença de morte

Guilhotinada

Fria é a lâmina do teu verso

que me esquartejou!

marina zamora
Enviado por marina zamora em 16/06/2011
Reeditado em 22/08/2011
Código do texto: T3037613
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