AMOR VAMPIRO

Soturnos jardins

claro-escuro

orvalho brilha na folhagem

pia a coruja

estremeço

enlangueço

diluída na madrugada

sobre a pedra fria

vergo o meu corpo

espero aquele que

vem com as sombras

quero o meu beijo

de eternidade

e a suave mordida

e o êxtase da entrega

àquele que nunca morre

anseio por tal aconchego

de pêlos macios

de boca sedenta

de sobre-humana avidez

e de ternura enfim,

quando o homem

supera a besta

e seus olhos imploram

e se saciam de minha

feminina essência.

Anseio por este

que se faz único

e vem com a fúria

dos ventos quentes

e me transporta plena

em suas grandes asas negras

anseio por seus rubros beijos

de vida e morte

pela tepidez da sua carne

pela fúria incontida

pela eternidade em suaves toques

de suas garras feito mãos macias

de seu sexo incendiário

seu beijo abrasado

sua voz sussurrante, longínqua

a voz de todos os tempos

a cor de todos os medos

a força deste amor transfigurado.

Estou sobre a pedra fria e tremo

de frio, de paixão, de medo?

É noite pelo meio, é hora,

e rasgando minhas vestes

me terás, a tua doce amada

e beberás em meu sangue

a tua redenção e retorno

seremos Vida e Morte

o Tempo e a Sorte

o Amor Eterno,

Céu e Inferno!

marina zamora
Enviado por marina zamora em 13/06/2011
Reeditado em 13/06/2011
Código do texto: T3032615
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