Dia 11 de junho de 2011
Ainda que eu corresse por todos os céus e mares eu seria sempre a menina do casaco de bolinhas vermelhas.
Minha mão branca estendida estaria sempre apontando a pombinha branca morta.
E meus dedos tensos, meu queijo duro não são respostas para nada.
Eu durmo na cama de pregos e bebo água suja de lama.
Ai, eu caio da cama.
Sou a jovenzinha, a velha.
Sou a anã que não alcança a lata de bolachas no armário.
Sou a luz da lamparina.
Sou menina.
Canto, canto encostada no pilar.
Soluço. Soluço alto, porque quero chamar a atenção do homem.
Ele é tão alto.
Quase bate a cabeça nos galhos das árvores do bosque.
Ele usa um chapéu.
Quero que ele me pegue no colo e quero tocar as folhas das árvores.
A manhã é tão linda.
Vou partir amanhã.
Vou deixar este lugar.
Estou me despedindo das coisas e das pessoas.
O sino da igreja está batendo.
Dlom dlom dlom
Meu coração bate e parte porque eu vou partir. Adeus.