MATRIZ DE NADA

M A T R I Z D E N A D A

Tiveste o sucesso nas mãos

Já foste a mais bela fêmea

Alardeaste ser o máximo!

Chegaste a ser comparada a uma flor do cerrado

Tua mente zomba do teu discernimento

Em ti não sobraste um fio de caráter

Cultuas a imoralidade

Hoje você é matriz de nada

Acontecerá o sortilégio...

Tens a vida por um grão de mostarda

A morte te bafeja com hálito ácido

Agora te enforcarão

Antes rasgarão tuas vestes

De medo teu flanco tremerá

Mesmo que chores será tarde

Ainda que berres nada te darão a beber

De fome rastejarás como cobra

Teu sangue será seiva venenosa

De tuas tetas escorrerá fios de sangue

Verterás água sulfurosa pelas narinas

Dardos e punhais rasgarão tua pele

Pontas de lanças te ferirão no umbigo

Sentirás dores atrozes pelo corpo

Uivarás e rugirás como fera na floresta

Teu corpo fecundará uma semente

Gerará raízes sugadoras

Do tronco nascerão folhas carnívoras

Teus olhos serão brasas baças

Tua filial usurpará teu nome

Invisíveis fungos contaminarão tua zagaia

De tuas entranhas ouvirão sons inintelegíveis

Do teu ventre nascerá um monstro ciclope

(novembro/1997)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 10/06/2011
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