CRIMINALEGORIA
Um pintor matou a Natureza
aprisionou-a num quadro,
acendeu-lhe pontos de luz,
velou-lhe as sombras...
e crucificou-a, já morta,
nas paredes cruas de um museu,
para exibição explícita
e impudente.
Foi condenado à mortalidade.
(antes a tivesse enterrado
nas catacumbas da arte ignorada...
talvez assim a Natureza ressuscitasse,
e o pintor,
filho das hordas agnósticas que o condenaram,
se elevasse à condição de Salvador...
e imortal)