BALADA DO INFINITO
BALADA DO INFINITO.
Vou morar numa estrela
Longe deste sistema
Muito além da imaginação
Muito aquém dos dilemas
Flutuando no espaço
Azul que se evola.
Entre cometas e asteróides
Orbitando a eternidade
Redondinha, feito uma bola.
Cheia de frêmitos, de amor da vida.
E manter relações sistêmicas.
Com um andróide decaído
Quero auscultar o som do infinito.
Aferir pasmado a eternidade
Com os olhos verdes de éter.
Esquecer a minha dura veleidade.
Caindo num poço negro
Que me conduza acima de Andrômeda
Navegando no silêncio
Do mais que perfeito
Bailando no ritmo
Do equilíbrio da pura inteligência.
Ser envolvido
Pela cabeleira de um astro
Ouvir a ressonância,
Celestial das nebulosas
Apreciar do sétimo céu
A Via Láctea
Pequena cascata reluzente
Pintada com estanho quente
Vou manobrar, quero dizer.
Vou me manobrar
À 180graus, vou torcer.
Não vou agüentar
Se meus olhos resistirem
Pra ter chances de observar
A Lua pela retaguarda
Muito silenciosa
Onde nada se vê
Nada se propaga
Apenas o premido
Do silêncio e da escuridão
Das cavernas cavernosas
Vou um pouco mais além
Bem do alto do infinito
Ver como o universo se comporta
Num bailado de estrelas
De bailarinas semimortas.
Pela solidão ao vê-las
Numa confusão espectral
Mergulhadas na solidão
Duma sinfonia sideral
Agora, vou atentar.
Para os nômades cometas
Na eterna observância
Dessa incrédula lei
Suprema, de todos os mortais.
E ver, por onde anda,
O famoso cometa Halley
Assustando em infinitas piruetas
Os habitantes de luneta
Disseram-me:
Que o Halley é o maior,
De todos os cometas
Do nosso mundo talvez
Não do universo.
O Halley, isto sim.
Lá, é um grande cometa.
Mas, em estado de gravidez.
Orbitando a procura de um lugar.
Um cantinho para parar
E ser planeta duma vez.
Eráclito Alírio