PRA QUEM CONHECE UMA FLOR
As pétalas tenras
De flâmulas voluptuosas
Que bailam ao vento
Reproduzem tua forma
No irrefreável impulso
De tatear tua sépala
Com textura tão casta
Lança desejos infindos
Perturba-se com a fragrância
Das amotinadas partículas
Que reproduzem seu mel
E inebria a loucura
Sendo o estigma do corpo
Despertador da lascívia
E os lábios inflamados
Tão-só intentam doidices
Ao desfrutar teu sabor
Neste cálice da vida
Receptáculo do amor
Venera-se ao que adentra
Às entranhas da flor.
Eduardo Franco Vilar