Verdades e verdades
Bem longe dessa verdade
A minha verdade oca
Repleta em sinceridade
Noutra trinca desemboca.
Não dá braços para o verde
Nem reflete esses sonhares
Pela fumaça se perde
Não dá berço aos meus reinares.
Vagando ao silêncio imenso
Deixando-se possuir
Por vezes ao céu apenso
Noutras num branco existir...
Com nada me identifico
Estranha, olho pra mim
Sobre um porém mitifico
E me deixo estar assim
Alheia ao pó dessa hora
Ao vinho que me embebeda
Sequer me importa o agora
Me torno o que a letra engedra
E enveredo pelas teclas
Me deixo ao léu escorrer
Me verás por entre as réstias
Do luar no anoitecer.
Nada que se saiba, só
Em sombra por sob a mão
Emaranhado num nó
Sem mistério ou confusão.