Verdades e verdades

Bem longe dessa verdade

A minha verdade oca

Repleta em sinceridade

Noutra trinca desemboca.

Não dá braços para o verde

Nem reflete esses sonhares

Pela fumaça se perde

Não dá berço aos meus reinares.

Vagando ao silêncio imenso

Deixando-se possuir

Por vezes ao céu apenso

Noutras num branco existir...

Com nada me identifico

Estranha, olho pra mim

Sobre um porém mitifico

E me deixo estar assim

Alheia ao pó dessa hora

Ao vinho que me embebeda

Sequer me importa o agora

Me torno o que a letra engedra

E enveredo pelas teclas

Me deixo ao léu escorrer

Me verás por entre as réstias

Do luar no anoitecer.

Nada que se saiba, só

Em sombra por sob a mão

Emaranhado num nó

Sem mistério ou confusão.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 31/05/2011
Código do texto: T3005987