Cavoucando...

Cutuco as idéias mordidas do tempo,
Que cismou parar p'ra mim.

Cutuco as tristezas encharcadas,
De lágrimas doces e salgadas de ti.

Cutucando... vou sumindo,
Em cores etéreas e,
Abstraio muitas dores da cachola.

Porém, vou cavoucando...

Na miragem que se forma indelével,
Cicatrizes mornas que se abrem e,
Espargem em redemoinhos - inglórios;
Levando-me inaudível de lembranças,
Que me consomem - e ora,
Cospem gosmas espessas, amarelentas,
Em tormentos - do meu ego ferido!

Cutuco e catuco... um pouco de mesmices,
Impregnadas no breu atroz de negrumes e cortes,
No curto passo encarcerado de intrépidas lembranças,
Que pernoitam - mascaradas, sem sentido!

Cutuco e catuco, caduco...
Decepções e mortícos versos,
Que me prendem em anelos, precipícios,
Sem cores em duros ais de espadas,
Que mastigam... na saliva insípida,
O veneno cruel que me contamina,
Na parca e insossa vida,
Que se exaure e parte,
Indevassável,
Cavoucando...
O nada!


Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 31/05/2011
Reeditado em 08/07/2011
Código do texto: T3004785
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