OS SATÉLITES

OS SATÉLITES.

Não há poeta que resista

Ver a lua essa vaca sideral

Desfilando mansa e solitária

Meditando em posição aflita

Sobre a terra já dormida

Em silêncio de crateras e abismos

Temendo o inevitável choque

Com corpos intrusos em órbita

Bastardos metálicos da evolução

Bisbilhotando com impulsos de transistores

A lua, a terra, o suposto inimigo

Águias frias, sorrateiras e invasoras

Do meu céu intangível de azul

Bestas científicas do nuclear apocalipse

Analisam... Fotografam... Alunissam...

Profanas teimosas, frias e cépticas

A lua está sob permanente “Ad-Juditia”

Propriedade privada e suma eterna

Herança eterna e imutável dos poetas

Donatários genuínos do grande Deus

Zeladores perpétuos da obra em criação.

Eráclito Alírio

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 24/11/2006
Código do texto: T299859