OS SATÉLITES
OS SATÉLITES.
Não há poeta que resista
Ver a lua essa vaca sideral
Desfilando mansa e solitária
Meditando em posição aflita
Sobre a terra já dormida
Em silêncio de crateras e abismos
Temendo o inevitável choque
Com corpos intrusos em órbita
Bastardos metálicos da evolução
Bisbilhotando com impulsos de transistores
A lua, a terra, o suposto inimigo
Águias frias, sorrateiras e invasoras
Do meu céu intangível de azul
Bestas científicas do nuclear apocalipse
Analisam... Fotografam... Alunissam...
Profanas teimosas, frias e cépticas
A lua está sob permanente “Ad-Juditia”
Propriedade privada e suma eterna
Herança eterna e imutável dos poetas
Donatários genuínos do grande Deus
Zeladores perpétuos da obra em criação.
Eráclito Alírio