ALAMEDA DA DOR

Refaço o caminho incauto

repleto de imensa dor

na via cruzes o parnásio

palhaço, poeta, ator

me pinto de lama o encharco

desenho poemas sem cor

deserto de luz e mormaço

nas trevas te queimo rancor

em fio teorema embaraço

retrato pecado em flor

deveras humilha o escravo

um dia fugiu de pavor

nem vela, nem choro, nem cravo

repara o que sinto, o que sou?

na luz faisca de um fraco

do perfume só o frasco restou

uma nota toque de aroeira

alfazema, jasmin e horror

do alto o penhasco alvoreia

embaixo alameda da dor.

Cristiano Leandro
Enviado por Cristiano Leandro em 24/05/2011
Código do texto: T2991010
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