ESCALADA SOBRE A PELE
 



 
 
 Sobre a pele nua coriscam
 arrepios de réptil
 enquanto a alma
 se encolhe de frio 
 E no  peito uma navalha  corta
 até o sangue verter em labaredas
            
 Minha  boca 
 um gosto doído de nada
 pedra de gelo queimando a língua
 inferno cinéreo na escuridão 
 trilha perdida,  andar em círculos
 aonde o teu gosto  em  minha boca?

  No corpo despido de ilusões
  a  pele  vira barragem que estanca
   [momentaneamente]
  a força  das águas  de dentro
  batendo forte 
  vindas de longe 
  das nascentes do coração 
  do fundo das paixões
  estremeço
 [temporais de alma...]

 Vêm de início muito quietas
  dor reclusa
  e em queda brusca
  lançam-se no abismo
  magníficas, doidas 
  turbilhão de idéias ecoando
  ferindo por dentro...
  oh dor em flecha pontiaguda...

  Na pele um frio de réptil
  [onde andará aquele calango
  que nunca será lagarto?]
                  
   E sobre o corpo,  suor salgado 
   e por dentro...
   turbilhão de idéias em quedas
   formidáveis
   encontro  de águas...
   vertigens...          
   sal da boca ferindo os lábios
   lábios frios na noite    
   à espera dos teus

   
beça-me mucho...
    oh, beça-me mucho!           
      

    

Poema de março de 2008, revisto e reescrito.
                         
tania orsi vargas
Enviado por tania orsi vargas em 23/05/2011
Reeditado em 23/05/2011
Código do texto: T2987126
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