ESCALADA SOBRE A PELE
Sobre a pele nua coriscam arrepios de réptil enquanto a alma se encolhe de frio E no peito uma navalha corta até o sangue verter em labaredas Minha boca um gosto doído de nada pedra de gelo queimando a língua inferno cinéreo na escuridão trilha perdida, andar em círculos aonde o teu gosto em minha boca? No corpo despido de ilusões a pele vira barragem que estanca [momentaneamente] a força das águas de dentro batendo forte vindas de longe das nascentes do coração do fundo das paixões estremeço [temporais de alma...] Vêm de início muito quietas dor reclusa e em queda brusca lançam-se no abismo magníficas, doidas turbilhão de idéias ecoando ferindo por dentro... oh dor em flecha pontiaguda... Na pele um frio de réptil [onde andará aquele calango que nunca será lagarto?] E sobre o corpo, suor salgado e por dentro... turbilhão de idéias em quedas formidáveis encontro de águas... vertigens... sal da boca ferindo os lábios lábios frios na noite à espera dos teus beça-me mucho... oh, beça-me mucho! Poema de março de 2008, revisto e reescrito. |