SER O "NÃO SER" DE HAMLET
19.07.05.
Quisera ser imiscível à água
Alienável ante a “vã” filosofia
Um quadrante do relógio solar e
Não ser de uso radioterápico
O meu raio X
Ser arte sacra em Minas Gerais
Cortinas do Alla Escala em Milão
Osso sacro, pura veia aorta
Tanto casa grande mais que senzala
Em meu solilóquio
Conhecer enfim o verdadeiro
O absoluto e emburrecer
Lançar fora meu boldrié e
Ainda assim seguro em
Meus ímpetos
Ser o “não ser” de Hamlet
Geléia real da colmeia
Pernalta como um grou nos pântanos
Obra sem tapume; ser clarabóia
De minhas beliches
Acreditar no Sol que ainda vai pintar
Reclamar do Sol que vai me tostar e
Rogar que volte quando se pôr
Sem que me consertem, sem que me convertam
Aos seus conselhos práticos!