LÁ, MARCAS.
Suas palavras soam como uma navalha
que ardem na carne e à mente talha.
Seus gritos marcam meus tímpanos
sinto-me preso em finos panos
Vejo tudo e não distingo nada
parece que na frete tem uma aba
Suas palavras soam como navalha
e o som delas minha vida encalha
Lá, marcas se aprofundam
e minha vida afunda
Seus braços quando me envolve
matam como projéteis de revolver
Lá, marcas se aprofundam
como uma ferida imunda
Suas palavras soam como uma navalha
faz com que o feriado de nada valha.
Seu sexo em nada me interessa
só me faz sentir pressa
Lá, marcas se aprofundam
meu corpo de cicatrizes inunda
Seu sorriso minha mente lacera
não consigo lembrar como eu era
Logo morrerá e putrefará
lá, marca permanecerá.