LÁ, MARCAS.

Suas palavras soam como uma navalha

que ardem na carne e à mente talha.

Seus gritos marcam meus tímpanos

sinto-me preso em finos panos

Vejo tudo e não distingo nada

parece que na frete tem uma aba

Suas palavras soam como navalha

e o som delas minha vida encalha

Lá, marcas se aprofundam

e minha vida afunda

Seus braços quando me envolve

matam como projéteis de revolver

Lá, marcas se aprofundam

como uma ferida imunda

Suas palavras soam como uma navalha

faz com que o feriado de nada valha.

Seu sexo em nada me interessa

só me faz sentir pressa

Lá, marcas se aprofundam

meu corpo de cicatrizes inunda

Seu sorriso minha mente lacera

não consigo lembrar como eu era

Logo morrerá e putrefará

lá, marca permanecerá.

Bezerra Neto
Enviado por Bezerra Neto em 20/05/2011
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