Insônia
Mais uma noite em claro
Ao ar livre
Acompanhando a luz da lua,paro
E penso onde jamais estive.
Caminhando por este cenário
Imagino no céu escuro
O esvoaçar de um canário
No chão um fruto maduro
E ao alto um frondoso arbusto.
Os grilos assustados cantam
Os vagalumes atormentados brilham
Vou andando pelas mentes dos que sonham
E novamente paro.
Percebo o olhar de uma coruja
Que pousou sobre o muro
-Por que me olhas,animal tolo?
Acaso enxergas no escuro?
E assim me responde a coruja:
“Tenho enxergado ,meu caro,o viço das estrelas
E contemplado as faces da lua”.
Atônito, paraliso-a com o olhar para que não fuja.
No enleio desta quimera
Há muito mais aventuras numa noite de insônia
do que se espera
Acaso não se surpreende o sonhador quando avista tão alto o próprio sonho?
Sonho que voa e revoa tão alto.........
Ameaça cruzar o universo
E extinguir-se num buraco negro,num abismo controverso.
Se perdido o sonho
Também se perde o sonhador
Antes que a arte de sonhar me enlouqueça
Prefiro acordar deste cenário de horror
Onde as corujas nada dizem,
Onde não conheço as mentes sonhadoras
E noite e dia não se contradizem
E não ouso parar ao ar livre
Para contemplar a realidade
Sem crer num reino mágico onde a esperança vive
E um novo sol arde.