Insônia

Mais uma noite em claro

Ao ar livre

Acompanhando a luz da lua,paro

E penso onde jamais estive.

Caminhando por este cenário

Imagino no céu escuro

O esvoaçar de um canário

No chão um fruto maduro

E ao alto um frondoso arbusto.

Os grilos assustados cantam

Os vagalumes atormentados brilham

Vou andando pelas mentes dos que sonham

E novamente paro.

Percebo o olhar de uma coruja

Que pousou sobre o muro

-Por que me olhas,animal tolo?

Acaso enxergas no escuro?

E assim me responde a coruja:

“Tenho enxergado ,meu caro,o viço das estrelas

E contemplado as faces da lua”.

Atônito, paraliso-a com o olhar para que não fuja.

No enleio desta quimera

Há muito mais aventuras numa noite de insônia

do que se espera

Acaso não se surpreende o sonhador quando avista tão alto o próprio sonho?

Sonho que voa e revoa tão alto.........

Ameaça cruzar o universo

E extinguir-se num buraco negro,num abismo controverso.

Se perdido o sonho

Também se perde o sonhador

Antes que a arte de sonhar me enlouqueça

Prefiro acordar deste cenário de horror

Onde as corujas nada dizem,

Onde não conheço as mentes sonhadoras

E noite e dia não se contradizem

E não ouso parar ao ar livre

Para contemplar a realidade

Sem crer num reino mágico onde a esperança vive

E um novo sol arde.

mademoiselle veronique
Enviado por mademoiselle veronique em 16/05/2011
Código do texto: T2974309
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