LONGE E FRIA

Longe e fria dói a vida.

Incontrolavelmente a lágrima

umedece os poros neutros,

o brilho ganha corpo.

Rente ao parco caminho

que enforca os passos

límpidos do criador,

a luz arranca a porta.

A árvore está com a raiz podre

os frutos secos caíram

sobre as crianças mudas.

De perto a dor se cala.

Os raios cegam os olhos;

andando a passo trôpego

os caminhos caem no precipício.

De perto a vida ferve,

mata a dor e anuncia

as boas novas da criação.

(Poema publicado no livro Assim se Fez, de 2002)

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 14/05/2011
Reeditado em 14/05/2011
Código do texto: T2969530