TÊM DIAS QUE TUDO É DIFERENTE
05.12.2005.
 
 
Tem dias que alguém abre nosso cérebro
Tem dias que tudo é diferente
Ganhamos de nós mesmos o jogo
Separamos o trigo do joio (intencional)
Às vezes percebemos a ética
Lapsos, resquícios, faíscas, sequelas
Nesse pensar mutante, se apressa, se adianta e
Tem dias que tudo é diferente
Dias em que se percebe, se sente
VITALIDADES e
Salva-se de si mesmo
O mal pior e o óbvio!
 
As coisas perturbam-me menos, deve ser isso...
Salvei-me de mim mesmo; superei-me
Esperei muito por esse encontro
O sobrepujar-se é um encontro
O desporjar-se é levitar
 
Evitar é isso que devo
Minhas dívidas são comigo mesmo
Caducaram!
Meu nome está limpo
Posso agora comprar o infinito
Posso agora possuir um baú de sorrisos
Posso agora esquecer
 
Quatro anos será nada
Nada aconteceu, nada vivi
Meu presente é um berço que emite sons
Meu presente é uma anulação total daquilo que vivi
 
Tenho a maior das felicidades que um homem pode vir a ter
Tenho a maior das facilidades em me emocionar; me derreter
Tenho a maior das faculdades, que foi a vida viver
Salvo, ileso em minhas cicatrizes, que hoje me são belas tatuagens
Espanado de minhas cinzas
Amparado por minha eterna certeza
Nunca morta nas mais mórbidas distanciações
As mais inesperadas desistências
O brilhar lúcido da loucura
Que pareciam ser minhas insistências
 
Prevaleceu meu íntimo
Permaneceu meu ego
Rejuvenesceu minha razão
Sorri, ironicamente, não nego
Sobrevivi para alguma missão
 
Que me foram mesmo aqueles quatro anos?
Fiquei lento, adquiri amnésia
Inventei a morte, com cortejo fúnebre, do passado
Joguei flores por sobre a tumba do morto
Desviei-me do torto caminho
Resolvi dar-me alento e carinho
 
Marcelo Braga
Enviado por Marcelo Braga em 13/05/2011
Reeditado em 13/05/2011
Código do texto: T2967059
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