OBSCURA NOITE

Apagaram-se as luzes

estou em total escuridão

o chão frio congela-me os pés,

o bode a me vigiar

congela-me a paz.

arrepiado estou,mas não apavorado.

Abro a janela para que entre a chuva

e traga consigo toda a exência maldita

da sinuosa serpente do bode escondido,

para que ele se mostre,feio ou bonito,

não tenho medo...

Tantos relâmpagos,a chuva cada vez mais forte,

trovões e trovões,gritos de socorro,de pavor,de horror,

é apenas o obscuro agindo...

Acho que vou dormir...

ele ficará à noite toda alí me olhando?

Que olhos grandes você tem!

Isso me lembra uma história antiga!

Você fede a enxofre seu bode velho,

deixa eu dormir,vai para a fornalha que é o teu

lugar no infinito centro da terra...

Amaldisoo-te...

Vai- te...

AHHHH AHHHH....

Deixe-me...

deixe-meseu desgraçado,

seus dentes doem,

solte-me,afaste-se,sai daqui...

...O inferno não é frio como o meu quarto..

Ele também encontra-se aqui,maldito,malvisto,malfeitor.

"Ao despertar de um obscuro devaneio

o grito de horror,mas uma vez despara em chuva

a caminho de trovões e raios-relâmpagos".

"É o despertar...

para o mundo a sua volta,ou para a indefectível

vida que sustentas".

Daniel Erbon
Enviado por Daniel Erbon em 20/11/2006
Código do texto: T296526