OBSCURA NOITE
Apagaram-se as luzes
estou em total escuridão
o chão frio congela-me os pés,
o bode a me vigiar
congela-me a paz.
arrepiado estou,mas não apavorado.
Abro a janela para que entre a chuva
e traga consigo toda a exência maldita
da sinuosa serpente do bode escondido,
para que ele se mostre,feio ou bonito,
não tenho medo...
Tantos relâmpagos,a chuva cada vez mais forte,
trovões e trovões,gritos de socorro,de pavor,de horror,
é apenas o obscuro agindo...
Acho que vou dormir...
ele ficará à noite toda alí me olhando?
Que olhos grandes você tem!
Isso me lembra uma história antiga!
Você fede a enxofre seu bode velho,
deixa eu dormir,vai para a fornalha que é o teu
lugar no infinito centro da terra...
Amaldisoo-te...
Vai- te...
AHHHH AHHHH....
Deixe-me...
deixe-meseu desgraçado,
seus dentes doem,
solte-me,afaste-se,sai daqui...
...O inferno não é frio como o meu quarto..
Ele também encontra-se aqui,maldito,malvisto,malfeitor.
"Ao despertar de um obscuro devaneio
o grito de horror,mas uma vez despara em chuva
a caminho de trovões e raios-relâmpagos".
"É o despertar...
para o mundo a sua volta,ou para a indefectível
vida que sustentas".