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A rua agitada

A pedra pobre e calada

Abandonada num canto

Lavava-se em pranto

Pisada sob alguém...

Ouvia gargalhadas,

Confabulações,

Ciladas...

Espectadora ideal

Era a pedra imortal...

Passavam pessoas

Horas tristes ou boas,

Poetas e artistas ruins,

Começos, meios e fins

E a pedra expectava...

A pobre pedra sonhava

Destacar-se na via esburacada...

Rostos novos e velhos

Parafernálias e barulhos

Muros que se erguiam

Prédios que caíam

Ela, num choro matreiro,

Pedia para voar...

Mas, sonho sem dinheiro?

Difícil realizar...

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