Homens
Os homens se alimentam dos homens
na realização de seus sonhos,
nem sempre bons, nem sempre maus.
Nos becos dos mundos sorvem
o sangue de inocentes úteis
e escondem-se vestidos de santos
nos labirintos das catedrais.
Na incoerência das sensações,
pensamentos permeiam mentes sãs.
Flores noturnas cobrem as cabeças
enlutadas de sonolentas vidas.
Arraigados em vãs filosofias
o homem queda-se num ultimo suspiro,
arrastando outros seres viventes
em sepulcral procissão. Não há abrigo.
Cicatrizes revelam o que os homens fizeram.
Mulheres abrigam seus filhos nas mansões
construídas no caminho dos séculos,
onde almas são vendidas.
Homens enterram seus mortos
e saciam seus desejos
na lápide fria de corações.
Sem flores e cores.
Cessam todos os encontros.
De perto, de longe.
Indagações brotam da terra,
para onde os homens retornam
sem nenhuma explicação.