Medos

Tenho o medo de sentir medo dos meus medos

São dois medos escondidos e contidos

No profundo céu de minh’alma,

Loucos para aflorar e me amedrontar.

Cadê a coragem para escapar?

Por que agora o medo do silêncio resolvera me habitar?

Por que o medo do vazio agora espreita o meu destino?

Como aguardar a morte após tantos tempos vividos?

Já não tenho mais o medo do escuro do quarto

De cujas paredes invisíveis guardam

Os invioláveis pensamentos obscuros e insondáveis,

Mas tenho medo do inesperado blecaute

Que escurece minha alma e transplanta dentro de mim

As sombras que arregalam meus olhos cansados.

Corro deste perigo até não sentir meus pés no chão.

Atrás das minhas costas, asas batem ao vento livre

Ganho as alturas... Ganho nuvens...

Lá embaixo tudo é tão pequeno... Tão distante...

Acordo de um confuso duelo da vida e da morte

Cujo destino é de sorte.

Lili Rebuá

Lili Rebuá
Enviado por Lili Rebuá em 02/05/2011
Código do texto: T2945093
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