ANJO DA MORTE
Nas noites solitárias chorosas
Quando as turbas se vão e vão
Em busca de alegrias penosas
No romper da mórbida solidão.
Ouve-se de longe seus gritos
Seus canticos entoam-se distantes;
Alguns de malícia, malditos,
Envenenam brutal seus amantes.
Mas a escuridão que os engole,
As sargetas lhes servem de leitos,
Seus carros como gaitas de fole
Os retorcem, ferragens nos peitos.
E as chamas nas trevas bramindo,
Nas regiões inóspitas da Gina,
Um aspecto maléfico sorrindo
Com seus nomes na boca assassina.
A foice ceifando as suas vidas
Como trigo em época de colheita,
A sombra negra nos olhos homicidas,
Quanto mais os ceifa aproveita.
É a visão do anjo da morte,
Que não perde jamais seu mister
Se ele vem com um nome em sorte
A forma de ir vai como ele quer.
(YEHORAM)