ANJO DA MORTE

Nas noites solitárias chorosas

Quando as turbas se vão e vão

Em busca de alegrias penosas

No romper da mórbida solidão.

Ouve-se de longe seus gritos

Seus canticos entoam-se distantes;

Alguns de malícia, malditos,

Envenenam brutal seus amantes.

Mas a escuridão que os engole,

As sargetas lhes servem de leitos,

Seus carros como gaitas de fole

Os retorcem, ferragens nos peitos.

E as chamas nas trevas bramindo,

Nas regiões inóspitas da Gina,

Um aspecto maléfico sorrindo

Com seus nomes na boca assassina.

A foice ceifando as suas vidas

Como trigo em época de colheita,

A sombra negra nos olhos homicidas,

Quanto mais os ceifa aproveita.

É a visão do anjo da morte,

Que não perde jamais seu mister

Se ele vem com um nome em sorte

A forma de ir vai como ele quer.

(YEHORAM)

JO BENTO
Enviado por JO BENTO em 29/04/2011
Reeditado em 13/05/2011
Código do texto: T2939210