Retrato no branco

Mergulhada neste branco

Quase assim, sem movimento

Pensamento não estanco

Deixo solto, pelo vento.

Vezes olho para o céu

Vezes volvo o olhar pra dentro

E me vejo em fogaréu

Naufragada em sentimento.

Deste nada me alimento

Ilusão que me dá asas

E de culpas, sigo isento

Transparente em águas rasas.

Nesta imagem, branca e fria

Um perfil se deixa ver

Profusão de alegoria

Porém não há de esconder

Riso ou choro, a poesia

Que transcende do meu ser.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 28/04/2011
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