Grilhões
Naquela praia deserta
O vento lhe veio tocar
A brisa suave do entardecer
Também fez companhia
Os gritos de aves marinhas
Completavam o coral inebriante
O cenário perfeito
As ondas dançavam
Beijando seus pés descalços
Sua respiração se confundia com o ar
O sol ainda ardia sua pele bronzeada
O sal estava na saliva insaciável
Logo a água tomava conta de sua alma
Abria espaço para seu frágil corpo
Seria o último mergulho
Voltou e sentou-se na areia
Chorava compulsivamente
A corrente era curta demais
Sua alma doía do esforço empreendido
Não conseguiu seguir
Seu destino lhe amarrou
Voltou e deu adeus
O mar também chorou
Pediu que voltasse outro dia
Outro tempo
Outra hora
Outro momento