O QUADRO

Quando se cruzam os quadros

na ambivalência das horas

os sinos dizem qualquer coisa

em desafinada harmonia.

Antes que a paisagem entregue

os fatos, a visão nega o foco

e distrai os pontos fixos

para uma tela sem cor.

Os homens, a passo lentos

abalam o crime do quadro

da entrada principal,

a expressão dorme ao relento.

Fugindo da tela a imagem

vislumbra-se ao bater contra o

muro de concreto da catedral,

dorme e sonha com a felicidade.

O mundo gira e a moldura

cai sobre o chão de encontro ao

invólucro como ao filho pródigo,

e faz chover à confraternização.

(Obs.: poema publicado no Livro ASSIM SE FEZ).

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 22/04/2011
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