Gatos, Galinhas e Chaminés

No negrume da noite escapulia

Camuflando a pelagem macia

De vagabundo bem tratado

Escadas, as pelancas distendidas

Impediam saltos aerados

High Five com a parceira listrada

Assaltava juntos os galináceos ao lado

Atravessando num impulso entrecortado

As cercas que alienavam o galo

Em pânico, penas, bicos e patas zuniam

Escaladas, o alto pessegueiro tornava-se poleiro

Ao sopé os canalhas gargalhavam

Enquanto à esquina, chaminés enevoavam

O cativeiro

Marteladas robóticas em moldes engendrados

Por estéreis tecnocratas que viam, do oriente

Saturado, a ruína, culminando ao fim em ruído surdo

O César subdesenvolvido sob cerco, decadente

Ebúrneo como os jorros cadentes

Distorcendo os fatos predispostos

Surge, árcade, dentária

E o gato?

Deve ter incinerado em alguma chaminé de plástico

Se considerado especiaria, rendeu um caldo

Choque Cultural...