Meu Sono Final
Vejo o mundo pela última vez
Escrito num prato de meia-lua inverso
Deitado numa cama feito de sonhos perdidos
Eu, na agonia que fica no meu corpo fechado
Peço pela última vez:
"Me enterrem no esquecimento dos puros"
Com a cabeça baixa e as mãos sujas
Me lembro do primeiro-último momento
Onde via o mundo na ponta do abismo
E caia no poço sem fundo
Sinto a morte em minhas mãos
Mas não a controlo, não a liberto, não a julgo
Neste último momento desta vida sem feitos históricos
Deixo a vida na memória daqueles que se fecharam.