Futuras mensagens

Eu lembro ainda, tal que vivo está

O dia lindo de tempos recentes

Em que secretamente o pensar

Só restringia-se ao querer da mente

Porém, o futuro de tal momento,

Depois da invenção daquela tela

Tão desejada pelos pensamentos

Que, indiscreta, a tudo revela.

O seu potencial de ousadia

Vai estampando nas partes do corpo

O que se pensa, tudo em plena via

Eliminando a missão do rosto

E as intrigantes levas curiosas

Imaginando e estampando nelas

Interagindo quase furiosas

Na dependência do que vê nas telas

Plasticamente a inusitada cena

De neo-andróides em todas as ruas

Com seus painéis flexíveis e antenas

Mostrando todas as imagens suas

Há quem o diga que isso começou

Quando em casa cresceu a mania

Da comunicação pelo vetor

Que incitava essas fantasias

E a sede de tal comunicação

De expressar exato o que pensava

Fez o absurdo da ampliação

Sem ter-se idéia que isso chegava

Do alto à noite a cidade cintila

Com as cores das emoções transmitidas

Com os tons quentes de alguns setores

E outros mais frios, conforme suas vidas