Obsessão
Anjo,
Traz teu corpo ao meu
sangrando os excessos de puras odes...
Traz e traga-me onde nada é de ninguém e vice...
versa, d'onde, inebriada, nua, tua, debruçada a fronte...
Deleite de-ma-si-a-da-men-te lento e profano...
de-Leite teu, gozo meu...
Deleite o gozo primeiro
da menina que nunca tivestes antes...
Da mulher, encruzilhada no momento da quase-espera.
É agora, hora!
Diante de teu ventre, m'a língua rasa...
Acerca do sexo teu, exposto, grosso,
meus lábios ainda rubros, róseos damasco.
E desce, suprema a mão de Eros...
Desça!
Desce em minhas costas a saliva doce
Desça!
até as ondas do Olimpo...
Círculos e círculos de dedos, brincando
Ovais!
horas e horas nos gastando, antes à prova
crucial!
num instante se me quiseres, sou
fui, sou, serei!
Então,
o dedo desce lento e quase...
Entra!
O seu no meu, o meu, quase, no teu CÉU!
E não só dor-mente, dor somente...
Entra... Pra sempre!