Obsessão

Anjo,

Traz teu corpo ao meu

sangrando os excessos de puras odes...

Traz e traga-me onde nada é de ninguém e vice...

versa, d'onde, inebriada, nua, tua, debruçada a fronte...

Deleite de-ma-si-a-da-men-te lento e profano...

de-Leite teu, gozo meu...

Deleite o gozo primeiro

da menina que nunca tivestes antes...

Da mulher, encruzilhada no momento da quase-espera.

É agora, hora!

Diante de teu ventre, m'a língua rasa...

Acerca do sexo teu, exposto, grosso,

meus lábios ainda rubros, róseos damasco.

E desce, suprema a mão de Eros...

Desça!

Desce em minhas costas a saliva doce

Desça!

até as ondas do Olimpo...

Círculos e círculos de dedos, brincando

Ovais!

horas e horas nos gastando, antes à prova

crucial!

num instante se me quiseres, sou

fui, sou, serei!

Então,

o dedo desce lento e quase...

Entra!

O seu no meu, o meu, quase, no teu CÉU!

E não só dor-mente, dor somente...

Entra... Pra sempre!

Anna Beatriz Figueiredo
Enviado por Anna Beatriz Figueiredo em 16/04/2011
Código do texto: T2911878
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